sexta-feira, 6 de agosto de 2010

COMENTARIOZINHO PEQUENO-BURGUÊS

Finzinho do debate entre os presidenciáveis ontem na Band. Plínio de Arruda Sampaio encara a câmera e diz:

- Eu quero ver aqui quem tem coragem de se posicionar contra a invasão de terra. E se algum deles tiver a coragem de dizer isso, eu quero que você, camponês brasileiro, veja com seus proprios olhos.

Porra, Plinio. "Camponês"? Hein, fala pra mim, "camponês", Plínio? Em que ano cê tá? Porra, Plínio. Porra.

4 comentários:

  1. Pensei a mesma coisa. Aliás, durante o debate, twitei o seguinte: "Tenho medo do Plinio: camponeses, terra grátis para todos, não às usinas e mineradoras, distribuição radical de riqueza..."
    Que medo desse morto-vivo.

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  2. Gente, desculpa, mas pra qualquer debate sobre a questão da terra a palavra usada pros trabalhadores do campo é de fato camponês, assim como caiçara é utilizado pros trabalhadores e pescadores das áreas litorâneas, e não pra surfistas parafinados do Guarujá.
    Se quiserem sugerir palavras novas, acho justo. Mas pelo menos por hora, pras ciências humanas, política e movimentos sociais, a palavra está corretíssima.

    E mortos-vivos talvez sejam os camponeses tentando plantar alguma coisa em pedaços de terra ruim de latinfúndios, vendidas pras famílias a juros exorbitantes pelo Banco Mundial, que muito esperto, sabendo que os camponeses não terão como plantar e vender, não pagaram a terra comprada e o Banco poderá toma-la de volta. E depois ainda perguntam por que é que os sem-terra vendem as terras que conseguem.
    Daí a gente finge que isso é Reforma Agrária do mesmo jeito que fingimos que a Democracia Representativa é governo do povo.

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