sexta-feira, 23 de março de 2012

NA CONTRAMÃO

Tô vendo que do jeito que a coisa tá indo, daqui a pouco vão arrancar uma grana da família do ciclista pra indenizar o filho do Eike Batista...


quinta-feira, 22 de março de 2012

PUTZ, PASSEI DA IDADE

"Caruso" foi a música que me fez conhecer Lucio Dalla. Na época eu não entendia uma palavra de italiano, mas mesmo sem saber o quanto a letra era linda, eu já tinha me apaixonado pela melodia. O chato é que se hoje já é difícil a gente ouvir música italiana nas rádios, naquela época, então, era quase impossível. Soma-se a isso o fato de que não havia nem iTunes nem YouTube pra gente ficar ouvindo e reouvindo, e já dá pra ter uma ideia de como eu realmente escutava pouco essa música. Mas mesmo assim eu saía cantando:


"Te voglio beeene assai…

Tanããããn!!!..."


O "te voglio bene assai" eu nem sabia se cantava certo, mas não importava, porque eu gostava mesmo era do "tanããããn"!!! Putz, como eu achava bonito o tanããããn! Triste pra caramba, mas lindo.


Mas eu tô contando isso porque a morte do Lucio Dalla gerou uma reflexão daquelas boas de se postar em blog. É que eu soube da notícia pouco antes de ir pra casa, almoçar. E chegando lá, tive o seguinte diálogo com a The:


- Cê viu que o Lucio Dalla morreu?


- Puuutz… Jura?


- Morreu.


E depois de alguns segundos a The disse:


- Eu nem sabia que ele tava doente!


Aí eu contei pra ela que ele não tava doente, que ele tinha tido um infarto, mas aquilo me fez pensar que existe uma idade, que eu não sei qual é, em que a gente meio que perde o direito de morrer de repente, né? Se a pessoa que já passou dessa idade-limite morre, automaticamente a gente acha que ela tava doente.


Depois disso fiquei tentando imaginar que idade seria essa, mas, obviamente, não cheguei a conclusão nenhuma. Até que dias depois o boleto do meu Plano de Saúde resolveu chutar minha canela, avisando que neste mês tem aumento porque no mês passado eu fiz aniversário e "mudei de faixa". Daí me veio a luz: a tal idade deve ser 39.


E se eu morrer a partir de agora, meu Plano de Saúde não vai se surpreender de jeito nenhum…


segunda-feira, 12 de março de 2012

ASSIM NÃO DIAL

Desde que eu cheguei a Fortaleza, o rádio do meu carro perambula entre 3 ou 4 estações, no máximo. Mas hoje eu caí na besteira de dar uma passadinha pelas outras rádios. Rádio um:


- "… venha experimentar o melhor da cozin…"


Nã-nã. Rádio 2:


- "… e esse encontro com Jesus é o que…"


Noups. Rádio 3:


- "… Sabe quanto custa…


Não sei nem quero saber. Rádio 4:


Adele. Aêêê, que legal, Adeeele. Já no finzinho, mas ainda assim, Adele. Só que aí a música da Adele acabou e, eu juro, uma voz de mulher começou a cantar o seguinte:


- "Sabe quando eu vou te esquecer, viu?

Quando o Frajola comer o Piu-Piu

Mas não venha me pedir, por favor, que eu te erre

Só vou te esquecer quando o Tom pegar o Jerry..."


E aí, pra completar, a desgraçada ainda gritou:


- Se joga! Se joooogaaaa!!!


Aí eu pensei, "Por que não? É isso mesmo que as pessoas deviam fazer ao ouvir essa música. Todas elas deviam se jogar. Imediatamente. No precipício".




sexta-feira, 9 de março de 2012

MORANDO EM FORTALEZA


E depois de mudar radicalmente de vida, a gente mudou também de estado. Estamos morando em Fortaleza desde janeiro, e vamos ficar por aqui até o final de novembro. A saudade da família é gigante, mas a cidade é gostosa e a gente tá se adaptando muito bem. Quem mais tá curtindo é a Letícia, que não usa meia desde que a gente chegou. E no calçadão da praia, quando a brisa bate no rostinho dela, ela sorri pra todo mundo, feliz da vida.


A cidade tem problemas como toda metrópole, afinal são 4,5 milhões de habitantes. Mas comparando com a vida que a gente leva em São Paulo, chega a ser engraçado ouvir o povo daqui reclamando. Eles acham, por exemplo, que o trânsito está ficando insuportável. Só que num dia ruim, aqui, eu levo 12 minutos para chegar ao trabalho. Em São Paulo, nos dias ruins, eu levava duas horas e vinte.


Outra coisa que eles comentam arregalando os olhos é o aumento da violência. Outro dia, por sinal, um jovem morreu ao ser abordado na saída do banco. No dia seguinte, a notícia ganhou toda a metade de cima da primeira página do jornal. Um casal atrás de mim na padaria comentou o caso, escandalizado. Na hora do almoço, na fila do banco, três caras também comentaram, indignados. E apesar de isso ser mesmo uma tragédia, eu pensei: "que bom que eles ainda se indignam com um assassinato em saída de banco", porque, infelizmente, eu não via mais ninguém comentar sobre isso em São Paulo. Sei lá, acho que pra nós, paulistanos, isso infelizmente já virou rotina.


Além disso, o ritmo de tudo é bem diferente. Eu entro no trabalho às 10, almoço todo dia em casa e, nos dias mais tranquilos, já cheguei a ser dispensado às 4 e meia da tarde. E como eu tranquei a faculdade, posso passar as noites com a The e a Lelê, o que também me fazia muita falta.


Enfim, tá sendo uma experiência muito legal, cheia de coisas boas e com alguns perrengues. Mas agora que o blog voltou, isso é assunto pra outros posts...

A CHEGADA EM CASA

Não é fácil. A verdade é que depois de 9 meses de gestação o bebê está pronto, mas o pai e a mãe, não.


Nos 3 dias em que está na Maternidade você sabe que, se precisar de alguém, é só abrir a porta e chamar uma enfermeira que vai entrar imediatamente e apertar algum botão escondido que vai fazer sua nenê parar de chorar. Mas quando você chega em casa a situação muda, a nenê chora e, por mais que tente, você não acha o botão. Nessa fase qualquer choro assusta, mas logo a gente aprende que a nenê não vai se dissolver porque tá chorando. E depois que a gente entende isso dá um alívio danado.


VÔS E VÓS

Esse lado é demais! Ver meu pai e meus sogros brincando com ela é outra sensação que eu também não sei descrever. Tô adorando ter filha, mas caraca, ter neta deve ser muito louco!


Sinto demais não ter dado tempo de a Lelê ter conhecido minha mãe, pelo menos pessoalmente. Mas é muito comum ela rir sozinha, olhando pro teto e fazendo aqueles barulhinhos que criança faz que parece que tá conversando. Gosto de pensar que a véia tá ali, aparecendo só pra netinha, e fazendo alguma palhaçada pra arrancar um sorriso dela.


A PRIMEIRA MAMADA

Putz, a primeira mamada é foda.


No momento em que começou a mamar a Letícia olhou pra The de um jeito que, na hora, eu pensei: ok, vou ter que me esforçar pra ser a segunda pessoa preferida da vida dela, porque o primeiro lugar ninguém tira da The. Rsrsrs…

Mas falando sério, essa é outra coisa que não dá pra descrever. O jeito que a nenê olha pra mãe na primeira mamada é talvez o maior exemplo de como dizer tudo que a gente pensa usando apenas o olhar.


A LETÍCIA NASCEU!!! :o))

Pois é, Letícia Blota Camargo nasceu.


Chegou toda bonitinha no dia 13 de julho de 2011, e já tomou conta da vida da gente. Acompanhei a cesárea do lado da The, e o arrepio que me deu na hora em que o doutor Roberto puxou a Lelê de dentro da barriga é impossível de descrever.


A perninha dela ainda nem tinha acabado de sair de dentro da barriga e ela já tava chorando, como quem diz:


- "Num vem dar palmada não, véio, eu já tô respirando, já tô respirando!"


Aí as enfermeiras levaram ela pra uma mesinha e, assim que eu cheguei perto, vi que a mulher tava enfiando um caninho no nariz dela. Pelo que eu entendi, o tal caninho deve ir até o pulmão, pro caso de ela engolir algum líquido, mas pô, que aflitivo aquilo!


Isso me fez pensar: pô, é punk nascer, né? Cê tá lá, no quentinho, no escurinho, de repente um cara te puxa pra fora pelada no frio de julho e em menos de 12 segundos de vida alguém já enfiou um cano no seu nariz que vai até o pulmão. Sei lá, acho que o intuito disso é avisar que a vida é dura mesmo, que as coisas não são fáceis e etc e tal.


ONDE EU TAVA MESMO?

Caraaaaca, há quanto tempo eu não escrevia aqui no blog! E de lá pra cá aconteceram grandes mudanças.


Vou dividir tudo que eu tenho pra contar em vários posts, senão o texto vai ficar gigante.


Então lá vai: