quinta-feira, 19 de novembro de 2009

FATWA

Leonardo Lima é um filho da puta.

Acha que pode ser jogador de futebol, e como é uma anta, resolveu criar um jeito infalível de realizar seu sonho. Saiu lá do Piauí, chegou em São Paulo, botou uma camiseta laranja pra homenagear o Cruiff (???!!!), escreveu uma mensagem bem bonita nela e foi ao jogo do São Paulo. Só que Leonardo Lima não queria torcer pra ninguém. Queria só invadir o campo para que as câmeras o focalizassem.

Estava dado o recado.

Enquanto era esganado pelos policiais que o retiravam, Leonardo Lima contava pro mundo, via camiseta, que só queria um chance de ser jogador profissional. Não é genial? Eu não sei como não choveu presidente de clube falando “putz, esse cara deve ser bom, vou dar uma chance pra ele e depois vou vender ele pro Milan”...

Mas mesmo depois dessa atitude criativa e inteligente Leonardo Lima não recebeu nenhuma proposta milionária, por mais estranho que isso possa parecer. E embora tenha interrompido um espetáculo público gastando o tempo da TV e a paciência de torcedores como eu, Leonardo Lima não foi punido.

O mesmo não se pode dizer do São Paulo, que perdeu o direito de jogar a última partida do campeonato no seu estádio, e será obrigado a decidir o torneio a, no mínimo, 100 km de casa. Isso significa abrir mão de uma renda de mais ou menos uns 2 milhões de reais, sem falar no prejuízo técnico, na parte da torcida que não vai poder ver o jogo ao vivo...

Mas Leonardo Lima não se arrepende. Afinal, era o sonho dele, não é? E numa das entrevistas que anda dando por aí, todo orgulhoso, contou que ao sair da delegacia foi liberado para ir ao estádio sempre que quiser. Talvez, na sua cabeça de ameba, Leonardo Lima ache que isso seja uma prova de que o que ele fez estava certo.

Por isso, todo são-paulino tem agora um dever cívico: quem achar esse calango filho da puta na rua tem a obrigação de encher ele de porrada! Sem dó, pro resto da vida! Até Leonardo Lima aprender que o mundo não tá à disposição dele.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

NAU SEM RUMO. E MOVIDA A VELA.

Se eu tivesse uma rede de TV, liberaria quem trabalhasse na minha equipe de repórteres pra xingar o entrevistado que merecesse. Tipo ontem, por exemplo:

- Mas o senhor não acha um absurdo que em 2009 o Brasil ainda sofra com um caso de apagão?

- Nãããão, de forma alguma, o Brasil tem UM DOS SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA MAIS MODERNOS DO MUNDO!

- Ah, meu senhor, vai tomar no seu cu! Alguém aqui tem cara de trouxa?

- Mas é que...

- Avançado pra cacete, esse seu sistema! Só num pode ventar no mundo, porque se bate um vento, pfuf... Apaga até o Paraguai!

- Mas a linha...

- Não, chega, não quero mais ouvir você! Cê é muito cara-de-pau, sai daqui...

Minha emissora não ia durar muito tempo no ar, mas pelo menos a gente não ia ter gastrite.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

FOI-SE O MARTELO

Resolvi aproveitar esse vigésimo aniversário da queda do Muro de Berlim pra falar num assunto que eu já queria comentar faz tempo: eu não entendo como a gente pode ter, em 2009, um ministro do PCdoB!

Não é questão de concordar ou discordar da ideologia dos caras, de ser capitalista, anarquista, dadaísta, Dudaísta... Eu só acho que, pô, o bagulho não existe mais! Cabô, né, gente?

E o que me preocupa é que isso abre um precedente perigoso pra caramba, porque daqui a pouco vai ter senador se elegendo pelo Partido da Máquina de Escrever! E ministro nomeado pelo Partido da Vitrola...