terça-feira, 28 de abril de 2009

COMUNICADO

Leirizengendelmam, este blog estará fora do ar até 05/05.

Não tenho autorização governamental pra dizer o motivo, mas posso garantir que a missão não envolve o tráfico de animais, o sacrifício de anões besuntados ou a implosão de hidrelétricas húngaras.

Quer dizer, pelo menos a princípio...

terça-feira, 21 de abril de 2009

OLHA DO QUE A GENTE ESCAPOU

Tiradentes era chamado de Tiradentes porque era dentista. O que me leva a pensar que a gente até que teve muita sorte, porque se o cara fosse jardineiro, por exemplo, 21 de abril seria o feriado de Tiramatos.

Pior se ele fosse humorista, porque aí o feriado seria chamado de Tirassarros.

Se fosse streaper, seria o Tirarroupas.

Se trabalhasse numa clínica de depilação, seria o Tirapelos.

Se fosse garçom, o Tiragostos.

Se fosse estudante, o Tirazeros.

Sei lá, achei que eu devia fazer esse alerta.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

ACEITA CARTÃO-DESCRÉDITO?

Ah, essa eu esqueci de contar! Dia desses tô eu em casa, almoçando, quando de repente toca o telefone:

- Alô!

- Sr. Eduardo?

- Ele.

- Aqui é Sei Lá Quem, do Departamento de Fraudes do Cartão Tal (que é o meu cartão). O senhor pode me dizer se está, neste momento, fazendo uma compra de R$ 1.900,00 na Carlinhos Jóias?

Eu confesso que até pensei em responder “sim, estou, é que na verdade eu compro tanto aqui na Carlinhos Jóias que até puxei um ramal do telefone da minha casa pro caso de alguém me ligar”. Mas o que eu disse mesmo foi:

- Não.

- Então eu informo que estamos cancelando seu cartão, porque esta compra está sendo feita neste momento...

Apesar de puto com a situação, fiquei muito bem impressionado com o preparo e a gentileza da moça, e com a competência dos caras como um todo. É verdade que uma compra de R$ 1.900,00 foge completamente do meu padrão de gastos com o cartão (essas compras pequenas assim eu pago sempre em dinheiro... rsrsrs), mas mesmo assim não deixa de ser elogiável a agilidade do tal departamento de fraudes que os caras montaram. Se não fosse por eles, eu teria dançado.

Agora, o que eu fico me perguntando mesmo é que tipo de filho da puta clona um cartão e, podendo ir onde quiser, escolhe entrar numa loja que chama Carlinhos Jóias? Porra, véio, Carlinhos Jóias? Com um cartão no meu nome?

Pelo amor de Deus, clona meu cartão, mas não ferra a minha reputação!

Foi comprar o quê? Uma aliançazinha pra dar pra noiva, foi? Aposto que foi isso, esse povo adora ter noiva. E como é que ela chama, a princesa?

Francielly?

Rakyenne?

Uítney?

Isso, vai lá na Carlinhos Jóias, então, que ela vai adorar! E fala pro Carlinhos fazer um laço bem bonito, que ela adora presente com laço bonito, a Uítney.

Tá louco, viu, tem mesmo é que morrer pobre esse jacu dos infernos! Aliás, tá aí: não basta mais o Adicional de Burrice na Pena! O nosso Código Penal precisa também, urgente, de um Adicional de Cafonice.

terça-feira, 14 de abril de 2009

PREZADO(S) VÍRGULA MORADOR(ES)

Eles formam uma raça diferente, esses escritores de aviso de elevador de prédio. Eu acho, cê num acha? Principalmente nessa relação tão particular que eles têm com as vírgulas.

Repara, pode ser o assunto que for: a manutenção da pilastra do meio da garagem, a regulamentação do acesso dos cachorros sem focinheira no elevador, as vantagens da instalação do segundo portão de segurança e o que mais a gente conseguir ler até chegar ao nosso andar. A única certeza é que elas vão estar lá, discretas, tortinhas e completamente fora do lugar, como só as vírgulas de aviso de elevador de prédio conseguem ser.

Acho até que o bagulho já acabou virando uma espécie de escola literária, que utiliza regras próprias dominadas apenas por alguns eleitos. Daí eu desenvolvi uma tese (desempregado adora desenvolver tese, né?).

O escritor de aviso de elevador de prédio, na verdade, é um cara aparentemente comum. Aliás, ele é tão boy next door que mora realmente no nosso prédio. Mas quando precisam escrever um legítimo aviso de elevador de prédio, eles vestem aquelas roupas cheias de babados nos ombros e colam um cavanhaque postiço na ponta do queixo, pra compor aquele visual assim meio Shakespeare, sabe? (Ah, sim, ainda tem isso: de acordo com essa minha tese, o próprio Shakespeare não teria aquele visual que a gente conhece. O que acontece é que ele escrevia ótimos avisos de elevador de prédio, e foi retratado, por descuido, justamente quando estava se preparando para escrever mais um).

Bom, mas aí eles entram num quarto iluminado apenas por algumas velas, sentam numa mesona antiga de madeira, molham a pena no tinteiro e começam a psicografar as mensagens que, mais tarde, serão digitadas por alguém de alguma casta inferior.

Só que, pra cumprir o ritual, nessa primeira fase eles escrevem tudo sem vírgula. Aí, terminado o texto, eles abrem a segunda gaveta da mesona, que é onde eles guardam o saco de vírgulas (na primeira eles colocam apenas a faquinha de abrir envelope, o fumo do cachimbo e, sei lá, o livro-caixa, talvez. Ou algum folheto de delivery, num sei, ainda não desenvolvi essa parte...). Então, com a mão em concha, eles pegam algumas vírgulas no saco, içam o braço até ele ficar exatamente sobre o papel e salpicam o texto com elas, como um pizzaiolo que distribui descuidadamente as azeitonas pela pizza. E aí, pronto, onde cair, caiu. Depois é só dar uma sopradinha pra tirar o excesso, e mandar pra digitar.

Satisfeitos, eles então tiram o cavanhaque, tiram a roupa de babados, apagam as velas e saem do quarto, voltando a viver como pessoas comuns, sem despertar suspeitas. E quando encontram a gente no elevador, eles ficam na maior expectativa pra ver se nós vamos balançar a cabeça afirmativamente enquanto lemos o aviso. E, principalmente, pra ver se nós vamos fazer algum comentário sobre a colocação das vírgulas.

Sei lá, faz sentido isso pra você?

terça-feira, 7 de abril de 2009

PAPO HIPOTÉTICO NO QUARTO DO FILHO DO SENADOR

Daí, né, o senador bate na porta do quarto do filho roqueiro. E o filho abre, golpeando o ar, como se fosse um lutador de boxe:

- Hey, papito, what´s up, meu?

O senador pisca. O filho roqueiro praticamente pode ver um dos neurônios do pai se esticando ao máximo para alcançar o outro, como um trapezista voando em câmera lenta pra agarrar a mão do parceiro. Aliás, pode-se dizer que se a vida tivesse fundo musical daria pra ouvir o tema de Carruagens de Fogo. Mas de repente algo ilumina o rosto do senador. A conclusão da sinapse é visível! E então ele diz:

- Éééé...

O filho sabe que agora é questão de tempo. Daqui a pouco seu pai vai conseguir dizer o que quer, mas o importante é que a parte mais difícil do processo já passou. Opa! Lá vem:

- ... éééé, desculpe incomodar você, meu filho, mas você sabe onde sua mãe está?

- Ué, acho que ela deve tá em casa. Num tá?

- Não está, eu já olhei em tudo.

- Não, papito, tô dizendo na casa dela.

O senador pisca. Duas vezes. E a voz dá uma discreta tremidinha quando ele pergunta:

- Qual casa dela?

- A casa pra onde ela foi depois da separação, papito!

O pai então arregala os olhos.

- Sep... Sepa...?

Desorientado, o senador tenta se abanar com o livrinho do Projeto Renda Mínima que tem em mãos, mas o livrinho cai, e como ele não percebe, fica mexendo as mãos na frente do rosto sem fazer vento nenhum. O filho põe as mãos nos ombros do pai:

- What´s up, old man?

O senador responde, desafinando de tão assustado:

- Depois da separação? Quem separou?

Agora é o filho quem pisca. Embora não seja nada inteligente, ele já vinha desconfiando que o pai talvez não tivesse percebido que não era mais casado. Mas decide que é melhor parar de poupá-lo.

- Como “quem separou”, papito? Você e a mamita.

- Eu e a ma... Eu e a Ma...?

- Yeah! Cê num tinha percebido?

- Se eu tinha per... não. Mas como? Quando? Por quê?

- Bom, desde...

- Alguém mais já sabe?

O filho suspira:

- Putz, papito, entra aqui que eu te conto. Vai, senta aí na minha cama. Só cuidado pra não sentar em cima do lagarto.

E então o filho conta tudo pro pai. Fala sobre o fim do casamento dos dois, fala do casamento da mãe com um argentino, fala da separação da mãe e do argentino, fala até da goleada da Bolívia na Argentina, mas o senador parece hipnotizado. Os dois permanecem em silêncio durante minutos, e tudo que se ouve é a respiração do lagarto. Até que finalmente o pai parece emergir lá do fundo, dizendo com a voz trêmula:

- Sabe o que eu não entendo?

- Tell me, papito, desabafa aqui com o seu filhão.

- Como é que uma mulher arruma tempo pra fazer tudo isso que a sua mãe fez sendo prefeita de uma cidade tão grande?

- Well, papito, a mãe num é mais prefeita faz tempo, né, meu?

O senador arregala os olhos, olha para o filho e levanta como se tivesse enfiado o dedo numa tomada.

- Porra, mas será possível que ninguém me conta nada?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

APELO

Prezados editores de jornais!
Prezados diretores de sites!
Prezados, sei lá, colunistas de revistas!


Por favor, eu agradeço o esforço, mas please, please, pleeeease, PAREM DE ME INFORMAR SOBRE A VIDA SEXUAL DA SUZANA VIEIRA!!! Eu não quero saber! Eu não quero! Por mais que isso pareça inconcebível para os senhores, eu juro, de pés juntos, que esse assunto não me interessa.

Eu não quero saber se ela sorriu pro encanador, se ela piscou pro bombeiro, se ela beijou o amigo do neto, se ela deu pro Bozo ou se ela vai casar com o cara que contracenou com ela no comercial da Corega. Pra mim tanto faz o que ela faz ou não faz, eu só não quero ficar sabendo.

Pode ser? Ou tá difícil?