quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PELADEIROS

Percebi que eu nunca falo nada aqui no blog sobre duas coisas que eu adoro: publicidade e futebol.

Mas tem um fenômeno rolando (sem trocadilhos com aquela baleia dentuça que você sabe quem é) que eu acho que merece um post: é essa mania de jogador tirar a camisa quando faz um gol.

Juro que eu ainda não entendi muito bem essa história. Eu quero dizer, o que que leva o cara a tirar a camisa de tanta alegria? Outro dia teve um jogador da Roma que tirou até o calção! Pô, será que num dá mesmo pra comemorar o gol vestido? Tudo bem que fazer um gol num estádio lotado deve ser legal pra caramba, mas eu confesso que não consigo imaginar esse patamar de felicidade que impede a pessoa de ficar vestida em público.

E num vou aqui nem questionar se vale a pena o cara fazer isso já sabendo que vai levar um cartão amarelo, que pode ser expulso, que pode desfalcar o time, que vai esconder o patrocinador na hora em que as câmeras tão em cima dele, etc, etc, etc. O ponto que me interessa é como é que o cara chega nessa sensação de “ai, meu Deus, que vida boa, que felicidade, eu preciso tirar essa camisa”!

Já imaginou viver assim? Toda vez que fica feliz, cê tira a roupa!

Tipo, um aniversário de 6 anos, por exemplo:
- Parabéns pra vo-cê! Nessa data que-ri-da! Muitas felici... Que é isso, Junior, veste esse calção de novo, menino!

Ou então o repórter ao vivo lá no Vaticano:
- E a expectativa é grande, porque em segundos o novo papa aparecerá no balcão de seus aposentos para acenar, pela primeira vez, para os fiéis que lotam a praça. Atenção, parece que a janela está se abrindo. A multidão se agita! E aí está ele, o novo pap... mas esperem, ele tirou a batina e começou a rodá-la sobre a cabeça!!!

Ou o cara indo no restaurante, com a mulher e os filhos.
- Senhor, a sua mesa está pronta, queira me acompanhar...
- Gãããnnnhááááuuufs!!!
- Mãããe, o papai foi tirar a camiseta e prendeu a cabeça deeentro...
- Ai, Luiz Otávio, toda vez que a gente arranja uma mesa aqui é a mesma coisa...
- Gnhuuugff!!!
- Puxa que ela sai, Luiz Otávio, se você vestiu ela tem que sair...
E o marido lá, como se tivesse um polvo grudado na cara, com a barriga de fora, mexendo o tronco pra um lado e pro outro, e puxando a camiseta com as duas mãos pra ver se desentala a cabeça.

Decididamente, eu nunca vou entender. Ainda mais nesse frio.

4 comentários:

  1. meu primo tem uma filhinha de 2 anos. quanto ela tá brava com alguém ela abaixa a calça e mostra a bunda. ela nem sabe falar direito.
    sei lá. vai ver que essas manifestações emocionais são um resquício de comportamento primitivo, nao?

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  2. ps: pra variar to chorando de rir com seu post.

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  3. HAHAHAHA!!! Num sei, só sei que eu agora sou fã da filhinha do seu primo! HAHAHAHA!!!!

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  4. Duda, permita-me discordar. Eu entendo perfeitamente essa sensação de algria intensa que quando invade a gente dá vontade de tirar a roupa. Outro dia mesmo, no escritório, recebi a notícia de que tinha conseguido fechar um negócio importante. Arranquei paleto, gravata e camisa e saí correndo pelos corredores da Accenture, gritando "Graaanhn"! No meio do corredor tive a sorte de cruzar com o presidente da empresa, sem as calças, que bateu na minha mão no caminho. Foi um momento lindo, que só nós que vivemos de projeto e os futebolistas parecem compreender. Sempre achei que publicitários e advogados (que não se despem no trabalho) eram menos felizes. Agora confirmei.
    Parabéns pelo texto sensacional, como sempre. Morri de rir. Tô pelado!...

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