Rodrigão faz parte da equipe de vôlei mais vitoriosa de todos os tempos: a seleção do Bernardinho. Ganhou bilhões de medalhas em olimpíadas, campeonatos mundiais, ligas mundiais, pans, copinhas, coponas e outros tantos torneios.
Pois bem, hoje Rodrigão bateu seu carro numa rua perto de onde eu trabalho.
Batida leve, quase nem amassou nada. Passei ao lado, andando pela calçada. A dona do carro atingido falava no celular, pelo que eu entendi avisava o marido. Rodrigão, enorme, com o uniforme de treino do Pinheiros, aguardava pacientemente, encostado no capô do carro.
Olhou pra mim.
Meu pequeno sorriso e meu aceno de cabeça disseram pra ele “opa, e aí, grande Rodrigão, puxa, que pena que você bateu o carro, mas isso acontece, bola pra frente, ah, e valeu pelas medalhas, admiro muito vocês, manda um abraço pro resto da equipe, deixa eu ir que eu preciso trabalhar”, mas eu mesmo, oficialmente, não disse nada.
Mas foi o que eu ouvi a mulher falando no celular no instante seguinte que me motivou a postar essa história. Ela disse:
- Não, não foi uma mulher. Foi um homem. Espera...
E virando-se pro Rodrigão, perguntou:
- O nome do senhor, qual é?
Rodrigão baixou a cabeça e respondeu baixinho:
- Rodrigo...
Não falou mais nada. Sabe que a mulher não tem obrigação nenhuma de saber quem ele é. Mas pela cara que ele fez, deve ter pensado como é foda ser campeão olímpico justamente por um país que só liga pra futebol...
duda eu adoro o jeito q vc escreve. amei esse post. eu queria entrar numa portinha e sair na sua cabeça, malkovich style.
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